quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Macunaíma – O herói sem nenhum caráter

 A obra de Mario de Andrade, Macunaíma – O herói sem nenhum caráter -  é vista como uma clara transfiguração do Brasil, de formas e aspectos dos nossos traços nacionais. Macunaíma significa busca, descoberta e pesquisa sobre a raiz do nosso país, terra, natureza, as culturas, folclore, animais, plantas, mitologia indígena etc. Trata-se de uma obra aberta e plural. É uma hipótese, um estudo, uma reflexão. É importante destacar que Mario de Andrade como responsável por Macunaíma é também consequentemente responsável pela criação de uma nova linguagem literária, bem “abrasileirada”.
   No Modernismo, Macunaíma, de Mário de Andrade, tem lugar de destaque. Além de servir como mote para discussões sobre originalidade e imitação, temas essenciais para o antropofagismo, já que o autor baseou-se na obra Roroima zum Orinoco, escrita pelo etnógrafo alemão Theodor Koch-Grünberg, Macunaíma deu um passo importante, na revisão do conceito de identidade nacional. Da análise crítica de textos literários que ficaram conhecidos como ícones do nacionalismo, na literatura brasileira, Mário partiu em busca de elementos que há muito já integravam a cultura do nosso pais, mas que, até então, não tinham recebido a devida atenção. Como o próprio autor afirmava, o intuito era o cumprimento da principal meta modernista, ―”a remodelação da inteligência nacional”.
  Publicado em 1928, o livro é a obra que melhor se adequa as propostas do movimento da Antropofagia, criado por Oswald de Andrade no mesmo ano, pois tem como seu principal objetivo igualar às culturas brasileiras as demais.
   Escrito em apenas seis dias, o livro é fruto de anos de pesquisa das lendas e dos mitos indígenas e folclores registradas em texto pelo autor em várias linguagens populares das mais diversas regiões do Brasil.
“Gastei muita pouca invenção neste poema fácil de escrever (...). Este livro afinal não passa duma antologia do folclore brasileiro”, Mario de Andrade.
  Justamente porque se propõe a fazer esse inventário de costumes populares é que Macunaíma ganha visibilidade, constituindo verdadeiro marco no modo de abordar questões referentes à brasilidade. Em meio à industrialização que crescia aceleradamente, onde  as fábricas tomavam conta das grandes cidades e o comércio prosperava rapidamente surge o herói, com condutas desconhecidas pelos padrões de comportamentos habituais – um herói mítico, mas principalmente por ser brasileiro e culturalmente mutável em suas fases representativas de um povo que está a procura da sua identidade nacional na memória da nação.
  “Nós temos que dar ao Brasil o que ele não tem e que por isso até agora não viveu, nós temos que dar uma alma ao Brasil e para isso todo sacrifício é grandioso, é sublime. E nos dá felicidade” - Mário de Andrade a carta a Carlos Drummond de Andrade, 1924.
   O Personagem
  Mário criou como personagem um herói que vive em busca de uma “muiraquitã”. Essa “muiraquitã” é a entidade brasileira.  O herói imperfeito, cujos defeitos ofuscam as qualidades é o homem brasileiro, cuja cultura imposta, afastou-o das origens. O herói sem nenhum caráter pode ser interpretado de duas maneiras: sem traço distintivos ou sem caráter moral. Macunaíma é apenas homem e, por isso, tem, dentro dele, o lado bom e o ruim, afinal, ninguém é perfeito. Junto com a mestiçagem há também a malandragem como traço constitutivo do brasileiro. A frase Ai, que preguiça!”, citada diversas vezes na obra simboliza o estado de espírito do herói sem nenhum caráter.
- Sátira ao preconceito e influencia européia
    A escritora Célia Magalhães relata em seu livro ( Os monstros e a questão racial na narrativa modernista brasileira) que  a metamorfose de Macunaíma em branco (por fora) ilustra a caricatura de um projeto colonizador, em que o trânsito vadio do herói, nos espaços linguísticos e culturais do índio e do branco, traz a marca de sua contradição.

  Podemos interpretar esse embranquecimento como uma contestação e uma reversão do discurso da colonização, como uma sátira ao racismo que constitui o fundamento do sistema colonial de desigualdade e denominação.

  Contudo, trata-se de uma sátira a "devoração" eficiente, pela elite brasileira, da ideologia colonial de embranquecimento.
  A escritora Gilda Mello e Souza, autora do livro O tupi e o alaúde - Uma interpretação de Macunaíma, afirma em sua obra que a paródia faz uma relação com os contos europeus, quando,  por exemplo, a transformação de Macunaíma de indio negro em principe louro de olhos azuis, a preferencia de Macunaíma pela princesa chique em vez de Iriqui. Segundo a autora, isso também pode ser interpretado como uma representação da incapacidade brasileira em se firmar perante o modelo racial europeu.
  Assim, Mario de Andrade ao escrever Macunaima sugere uma leitura menos idealizada, uma leitura diferente, não so por acreditar em um convivo positivo e harmonioso entre as raças, mas principalmente por não enxergar a miscigenação como uma característica desviante, ou como marca inquestionável de inferioridade em qualquer sentido.
  Macunaima é um feixe de motivações atadas por um herói que propõe uma reflexão criativa sobre os significados e as atitudes envolvidas no tratamento do principal tema de sua época: a identidade da cultura Brasileira.
 -  As Transformações – busca simbólica do caráter nacional
  Na obra o herói se transforma inúmeras vezes: de criança feia vira príncipe encantado depois imperador do Mato Virgem, depois malandro da cidade de São Paulo até se transformar na constelação Ursa Maior.
- Sexualidade
      Macunaíma, o herói  nascido numa tribo amazônica, é um menino diferente, desde muito pequeno é mentiroso, fala palavrões e pratica muitas safadezas. O primeiro capítulo da obra, mostra que a sexualidade do herói começa cedo, ao narrar o relacionamento do  personagem ainda criança com Sofará, mulher de seu irmão Jiguê. Em seguida o herói parte de sua “terra” em busca da muiraquitã, e vive outras aventuras sexuais pelo caminho. Ao se relacionar com outras mulheres sem compromissos, Macunaíma exerce sua luxuria livre de tabus ou limites morais
Lendas e os Mitos religiosos
   Em busca de conhecer o “mundão”, o herói se relaciona com CI a Mãe do Mato, rainha das icamiabas, tribo das amazonas e se transforma em Imperador do Mato-Virgem. Do fruto desse relacionamento nasce um menino de cor encarnada e cabeça chata que morre o beber o leite do seio de sua mãe infectado pelo veneno da cobra preta. Um dia depois do enterro, ao visitar o túmulo de seu filho Macunaíma vê que sobre ele nascera uma planta: o guaraná.
  Depois do enterro do menino, Ci entrega a Macunaíma uma muiraquitã e sobe aos céus, utilizando-se de um cipó. Continuando a caminhada, Macunaíma e os irmãos enfrentam a boiúna Capei, a cobra-grande. Na fuga, o herói perde o muiraquitã. Os três irmãos a procuram, mas sem resultado. Afinal, o Negrinho do Pastoreio envia a Macunaíma um uirapuru e este revela que a sua pedra-amuleto está nas mãos de Wenceslau Pietro Pietra.  
  Em São Paulo, o herói segue Wenceslau Pietro Pietra, que na verdade é Piaimã, o gigante comedor de gente. Piaimã mata o herói e dele faz torresmo para comer com polenta. O herói revive graças a ajuda de seu irmão Manaape.
  Macunaíma vai ao RJ pedir proteção a Exu, em um terreiro de macumba. Macunaíma pede vingança contra o gigante Piaimã. Exu promete ajudar o herói e, e o gigante sofre.
  Em suas andanças por SP, Macunaíma interrompe a cerimônia do Dia do Cruzeiro, quando conta a lenda indígena do pai do Mutum, que é o verdadeiro Cruzeiro do Sul.
A Carta Pras Icamiabas
   - Ação simbólica que denuncia um projeto histórico de homogenia cultural baseado na mistura
  A carta do herói às Icamiabas é um pedido ao seu povo de auxilio de custo para sua permanência na cidade. O herói analfabeto, usa uma linguagem culta de forma dissimulada que fez e faz parte da nossa cultura, pois tem como principal finalidade a manipulação. Vivemos isso ao longo desses anos em todos os processos de civilização, nos discurso pré-fabricados de nossos políticos.  “As mui queridas súbditas nossas, Senhoras Amazonas”. (pág. 71 – cap IX).
   De acordo com o blog Recanto das Letras, o herói usa em seu discurso termos poéticos e camoniano que tem o objetivo de impressionar e comover o leitor. Tal qual as campanhas politicas brasileiras, que estão repletas de discursos poéticos e utópicos, cujo o objetivo é impressionar e comover a grande massa do eleitorado brasileiro.
   Este capitulo reforça a ausência de caráter do herói quando ele discorre sobre as mulheres paulistanas em relação as Icamiabas: “Sabereis mais que as donas de cá não se derribam as pauladas, nem brincam por brincar, gratuitamente, senão que as chuvas d vil metal, repuxos brasonados de champagne, e uns monstros comestíveis, a que, vulgarmente dão o nome de lagostas”.
   Em resumo, o herói demonstra ironia, poder e dissimulassão usando uma linguagem culta falsa, que serve como instrumento de manipulação, que tem se perpetuado ao longo do tempo, e das históricas manipulações politicas, das quais somos vitimas desde o inicio da nossa história.
Rapsódia
De acordo com o site Wikpédia, a Rapsódia é uma justaposição, de escassa unidade formal de melodias populares e de temas conhecidos, extraídos com frequência de óperas e operetas. Também pode ser associada a uma peça próxima ao improviso, com fulcro em temas de inspiração folclórica (como podemos ainda ver na literatura, em Macunaíma, de Mário de Andrade); recitação de um poema (épico, geralmente), como ocorria na Grécia antiga; episódio de poema homérico.
O livro é classificado como rapsódia porque foi escrito com base nas pesquisas das lendas, mitos indígenas e dos mitos folclóricos utilizando a linguagem popular de várias regiões do Brasil.

John Hersey Hiroshima

No dia 06 de agosto de 1945, às 8h15 da manhã, a bomba atômica foi lançada sobre o centro de Hiroshima, no Japão. Morreram mais de cem mil pessoas, e outras cem mil foram atingidas, marcadas por feridas jamais vistas até então.
Pouco mais de um ano depois, o jornalista John Hersey lança Hiroshima, uma reportagem que ocupou toda a edição da revista The New Yorker. Tomando como ponto de partida a trajetória de seis sobreviventes, a obra de Hersey, transformada em livro anos depois, é considerada uma das melhores obras sobre jornalismo literário, tendo sido considerada por um grupo de especialistas como a melhor reportagem escrita em todo o século passado na imprensa americana.
Os ataques a Hiroshima e Nagasaki revelaram ao mundo a extensão do poderio bélico dos Estados Unidos, além de mostrarem a sobreposição dos interesses políticos e militares ao respeito pela vida e dignidade humanas. Na primeira cidade, 100 mil pessoas morreram. 
O jornalista visitou Hiroshima um ano após a explosão e entrevistou seis sobreviventes. Ficou no Japão de 25 de maio a 12 de junho de 1946 e levou aproximadamente seis semanas para escrever a história. Quarenta anos depois, Hersey voltou à cidade e reencontrou seus entrevistados. O último capítulo do livro foi concluído após seu retorno.
            O autor contextualiza cada história, remontando, em frações de segundos, seis vidas em seis cenários diferentes. Deste modo, humaniza a narrativa e se coloca na posição de expectador dentro do próprio texto. O leitor, assim como Hersey, é apresentado à dor silenciosa dos mais de 100 mil feridos por meio do relato de seis pessoas que sobreviveram ao ataque nuclear.
O diferencial da obra está na abordagem e no enfoque apresentados. O texto é simples, impactante e isento de emoções. No entanto, o autor consegue temperar seu texto com dois ingredientes: a sobriedade e o equilíbrio emocional na descrição dos danos irreversíveis causados às vítimas.
 Hersey destaca os estilhaços morais causados pela bomba, como o caso dos hibakushas – pessoas atingidas pela explosão – e seus descendentes. O termo “sobreviventes” foi evitado pelos japoneses, pois estar vivo poderia sugerir desrespeito para com os mortos sagrados. O preconceito e sofrimento físico estiveram associados aos efeitos da fissão nuclear que eles sofreram: fraqueza, hemorragia interna, câncer, degeneração celular e infertilidade tanto em homens como em mulheres.
O jornalismo literário retoma a idéia de que a "arte de contar boas histórias" é parte essencial do jornalismo. No momento em que a imprensa, por força das mudanças acentuadas da vida contemporânea, encontra-se em fase de procura de novos caminhos, uma volta às grandes reportagens do jornalismo literário poderá ser útil para se desenhar alguns novos modelos, principalmente para aqueles que acreditam que o futuro dos jornais e das revistas está na diferenciação pela qualidade (não só da informação e da análise, mas também do texto).

Espirito Empreendedor

Rafael Santos, 25 anos, estava trabalhando em uma empresa de engenharia quando esta passou por um problema financeiro e acabou dispensando parte dos funcionários. Por causa deste fator, Rafael teve sua faculdade de engenharia interrompida e com dificuldade de encontrar um novo emprego e precisando sanar suas dívidas, Santos resolveu trancar a faculdade para organizar sua vida financeira. Foi quando se lembrou que havia feito um curso rápido de confeiteiro na instituição Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI).
Filho de pais empreendedores, quando era garoto o estudante contribuía com alguns trabalhos de rotina administrativa e atendimento ao cliente na empresa da família, foi neste período que ele aprimorou alguns conhecimentos comerciais que veio o  ajudar no presente com a situação de crise.
Santos, resolveu fabricar trufas na cozinha de sua residência para vender nas portas das faculdades, sala de aula, nas empresas e nas ruas da cidade. Ele conversou com alguns colegas e montou pontos de vendas que pudessem difundir este trabalho remunerando os com porcentagem nas vendas adquiridas.
O trabalho foi se condensando e o pequeno empreendedor, fez um empréstimo no banco montou uma mini fábrica dentro da sua casa, fez um portal na internet e distribuiu entre o bairro panfletos e cartões sobre o novo empreendimento.
Vale ressaltar que na adolescência, o jovem aprimorou seu intelectual com cursos básicos de administração, informática, marketing pessoal e profissional, e vendas.
Após estruturar sua pequena empresa, o rapaz, reuniu mais uma equipe de confeiteiros e produzia grandes quantidades para datas comemorativas  tais como: Páscoa, Cestas de chocolates para o Dia dos namorados, festas de aniversários,  entre outros eventos que fizeram deslanchar a criatividade de Rafael.
Com o respaldo obtido do experimento, Rafael Santos, organizou sua vida financeira, voltou a cursar a faculdade de engenharia, conseguiu ingressar no ramo e continua com a fabricação dos chocolates apenas em épocas comemorativas, pois afinal ele deixou uma clientela fiel.

Por Luciana Nunes. 

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Lata na favela une cor e som em Heliópolis

Jovens se reúnem em projeto criado pela Unas que visa a integração deles na comunidade


O grupo Lata na Favela foi criado no ano de 2003, por educadores e alunos da UNAS. Este projeto foi idealizado a partir da extensão de outro projeto criado pelo arquiteto Ruy Ohtake, que visava a pintura das fachadas da casas do bairro com o intuito de deixar a comunidade mais alegre e colorida.

Com as latas de tinta vazias, os alunos criaram seus próprios instrumentos de percussão. “Sobravam muitas latas de tintas então foi pensando em usá-las para fazer ritmos”, afirma Rafael Carvalho, coordenador do grupo.

O Lata na Favela é  um dos poucos grupos na comunidade que não  visam o lucro, mas, sim, difundir a cultura para os moradores, além de ser uma manifestação cultural local, da qual todos têm acesso e cujo papel principal é difundir a comunidade e seus projetos.

 “Fazer parte do grupo melhorou o meu relacionamento com as pessoas além de deixar minha mãe menos preocupada, antes eu ficava brincando na rua e agora minha mãe sabe que estou envolvida no ensaio quando não to na escola” diz a estudante Daiane de Almeida.

O grupo é composto por 25 jovens de 12 a 18 anos. Os ensaios acontecem dentro da comunidade e a administração das apresentações fica sob responsabilidade do Instituto. Os interessados entram em contato com a UNAS, a proposta é passada para o grupo, que faz todo um estudo do conteúdo a ser apresentado conforme o evento.

“A UNAS faz a gerência  da apresentação e divulgação, além de ceder o espaço e os instrumentos para o grupo. As apresentações precisam ser marcadas com três semanas de antecedência, pois o grupo se reúne apenas uma vez por semana para ensaiar, porque muitos trabalham, estudam e fazem cursos extracurriculares”, explica o coordenador.

Como tudo começou?

As tonalidades que mudaram a aparência de Heliópolis


A idéia de colorir a comunidade Heliópolis deu-se a partir de uma declaração do arquiteto Ruy Othake durante uma entrevista ao afirmar que Heliópolis era a parte mais feia da cidade, devido as fachadas das casas apenas rebocadas e as vezes nem isso. 

Ao ouvir o comentário feito pelo arquiteto, líderes comunitários da UNAS (União de Núcleos, Associações e Sociedade dos Moradores de Heliópolis e São João Clímaco) escreveram uma carta para o arquiteto. “Pensávamos que ele nem iria responder e, para nossa surpresa, não só respondeu como veio até aqui, conversou com a gente e propôs o projeto A Cor em Heliópolis”, conta Gerônimo Barbosa, mais conhecido como Gerô, diretor de comunicação da UNAS e coordenador do Projeto.

O arquiteto foi até Heliópolis, sentou com a liderança comunitária da UNAS e sugeriu colorir as fachadas das casas para melhorar a aparência do bairro. “Foi tudo muito planejado. Não é uma pintura qualquer, ele projetou uma obra de arte!” diz Gerô,

É claro que não seria possível pintar toda Heliópolis, a sugestão foi que a liderança comunitária indicasse duas ruas para dar início ao projeto. “Nós fizemos uma pesquisa sobre as cores de preferência de cada morador e o Sr. Rui foi em busca de patrocínio para o projeto”, explica o coordenador.

As ruas escolhidas foram a Rua da Mina, por ser uma rua “histórica”, onde se deu início a todas as organizações e benefícios da favela: creche, água, luz e substituição das casas de tábua por alvenaria, e a Rua Paraíba, que está sendo conhecida como “rua cultural de Heliópolis”.

O patrocínio veio através da Suvinil, que participou com as tintas e o reboco das fachadas, e do Banco Panamericano, que pagou a mão-de-obra de oito moradores para executar a reforma que durou oito meses e atendeu 280 casas.

Investimento governamental faz crescer o setor da educação em Heliópolis

A reurbanização do bairro traz melhorias na educação dos jovens

O processo de urbanização da maior favela da América Latina está cada vez mais acelerado, já foram feitas creches, escolas, postos de saúde, pavimentações nas ruas, moradias entre outros bens necessários para atender a população do bairro de Heliópolis. Em 2009 a Secretaria de Infra-Estrutura Urbana e Obras (SIURB), por intermédio do Departamento de Edificações (EDIF), inaugurou o Cultural de Heliópolis.
O prédio do Centro Cultural é composto por dois pavimentos com elevador, o espaço tem 824 m² de área construída e abriga três salas multiuso, há também um cinema com capacidade para 142 lugares, quatro banheiros, e um pátio de recreação servido com uma copa e um depósito. Na área externa foi construído o teatro de arena aberto com arquibancadas para 150 pessoas e mais dois espaços para exposições.
Parte do novo Pólo de Educação Integrado, conhecido como CEU Heliópolis, teve o Centro cultural como sua primeira obra inaugurada. Este complexo ocupa uma área de 47.799 m², em Heliópolis, o equivalente ao tamanho de um bairro da cidade de São Paulo com aproximadamente 120 mil habitantes.
O projeto f oi doado pelo arquiteto Ruy Ohtake, que possui outros planos  de desenvolvimento para o bairro e englobou a primeira fase a construção de três Centros de Educação Infantil (CEIs) com 789 m² cada, com dois pavimentos, 8 salas e uma  praça de lazer.
A Secretaria de Infra-Estrutura Urbana e Obras (SIURB) através da mediação do Departamento de Edificações (EDIF) iniciou as obras da primeira fase em setembro de 2007, e a conclusão dos serviços deu-se no mês de janeiro de 2009. O custo da primeira etapa foi de R$ 6,5 milhões.
Segundo a assessora de imprensa Maria Regina o Governo do Estado em parceria com a Prefeitura concluiu cerca de 90% das obras planejadas dentro deste complexo e mais obras estão sendo planejadas no centro de convivência de Heliópolis para minimizar a marginalização do bairro.
“Além das parcerias que o governo possui, a população coopera para criar um ambiente de convívio melhor para evitar a violência do bairro e melhorar a nossa qualidade de vida, a união dos moradores daqui faz a diferença que a gente precisa”, explica a comerciante Vilma Cavalcanti.

Heliópolis passa por reformas urbanísticas



PAC assegurará moradias de segurança para moradores de Heliópolis
Durante festiva cerimônia organizada na Favela de Heliópolis no dia 20 de maio, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) assegurará moradia digna nas favelas da região. O Complexo de Heliópolis, localizado no bairro do Ipiranga, na zona sul, passará por uma reforma: serão feitas obras que beneficiarão os 60 mil habitantes, que ocupam uma área de Um milhão de metros quadrados. No total, os projetos incluem a construção de 1.895 moradias, além de obras de pavimentação, novas escadarias, instalação de espaços de lazer e áreas verdes. O Córrego do Ipiranga será canalizado, os barracos construídos às suas margens serão retirados por estarem em áreas de alto risco de desabamento, e as famílias serão reassentadas em área regulamentadas.
Os investimentos necessários para melhorar o transporte público, moradias e saneamento virão do orçamento da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), dos cofres das Prefeituras da Grande São Paulo e de empréstimos concedidos ao governo do Estado e às prefeituras da cidade por organismos internacionais, como o Banco Mundial, o Banco Interamericano de Desenvolvimento e Japan Bank for International Cooperation (JBIC).
Serão gastos R$ 175 milhões, sendo que R$ 65 milhões virão dos cofres da Prefeitura de São Paulo, que, além de obras de urbanização, está desenvolvendo o programa de regularização fundiária das favelas da capital. Há dias, legalizou a posse dos imóveis de mais de 23 mil famílias em 108 áreas públicas da cidade, ocupadas por favelas há mais de 12 anos.
“Conter o crescimento desses e de outros grandes complexos de favelas de São Paulo e urbanizá-los é uma tarefa fundamental para o ordenamento urbanístico da capital. Mas são obras caras, que exigem o esforço conjunto das três esferas de governo”, afirma Monica Garcia, assessora de impressa da EMURB (Empresa Municipal de Urbanização).
 “São Paulo quer moradia digna para milhares de famílias residentes em áreas de risco e de mananciais, além de água de boa qualidade para a população” diz o operário José Messias de Miranda.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Alienação ingênua ao sistema

        Como todas as manhãs eu sempre navego na internet em busca de conhecimento e entretenimento, pois esta ferramenta é um álibi na vida das pessoas.
        Ao pesquisar Google, um dos maiores sites de busca do mundo encontrei um pequeno poema que diz tudo.  Eu li, encaminhei para uma grande amiga e disse à ela que se metade da população agisse como informa o poema teríamos um país melhor. Acho que exagerei, pensando bem não precisa ser METADE, apenas um terço já melhoraria a aparência das condições da nossa pátria.
       O Brasil é um ótimo lugar para viver, porém há uma série de problemas sociais que prejudicam a situação dos habitantes desta nação. Problemas estes que não precisam ser ditos, porque vivenciamos ou presenciamos um por um diariamente.
        A resolução da situação é bem simples, levar educação, ir atrás de conhecimento, agregar valores. Porém foi introduzido a este povo de trabalho árduo que estudo é pra rico e que isso não é para o acesso das massas. A lavagem cerebral foi tão bem elaborada e introduzida que as pessoas se acomodaram concordando com a idéia e não conquistam seu espaço, não evoluem o intelectual e isso as fazem vítimas de si e de quem estar em alto patamar administrando suas vidas.
        Toda vez que vejo as pessoas nas ruas falando com plena convicção de assuntos fúteis, meu coração se expreme, é lastimável conviver com pessoas avessas ao mal que lhes aflige, por causa de um tão mundo visual.

Poema:

Faça mais do que existir - Viva
Faça mais do que tocar - Sinta
Faça mais do olhar - Observe
Faça mais do ler  - absorva
Faça mais do que escutar - Ouça
Faça mais do que ouvir - Compreenda

John Rhoades